quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Efeito Musa I

Ás vezes gostava de te poder dizer a falta que de ti sinto.
O bem que me lembro dos teus olhos castanhos ( e não verdes, como costuma ser regra),
do teu cabelo cortado,
que tempos me dizes ter sido muito longo.
Da tua loucura,
maldição e dádiva simultânea,
que tanto me emudeceu
e que me fez sentir o tanto único que tu tens,
o tanto que me fez tremer as pernas e temer a queda física e imediata,
concreta e objectiva,
naquele momento único e irrepetível,
onde disseste que me amavas mais que tudo,
e onde caiste a meus pés,
e eu aos teus,

O esquecimento é impossível
a sensação de perda e de ridículo despropositado também,
neste momento em que de ti me lembro,
sabendo que nada mais és que um sonho açucarado e já tão longínquo,
lembrança clara da permanente crucificação do tal Cristo redentor.

Deixaste-me sozinho neste mundo plano e monótono,
sem nada mais esperar sem ser a fútil paixão animal
sempre disposta a foder até ao sangue mortal escorrer
e sempre desdenhosa desse tal conceito,
antigo,
desfazado e fora de moda,
essa tal coisa,
estranha e ridícula,
à qual alguns perdidos e estúpidos insistem e chamar de amor.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Eternal Bliss

Princesa encantada,
de olhos verdes que reflectem o bosque lunar atestado de mistérios,
Neles me perco,
totalmente abandonado,
nesta tão doce eternidade.
É assim que eu amo e assim desejo ser amado,
Nos braços calmos e aconchegantes deste anjo nocturno e tão totalmente feminino.

sábado, 7 de novembro de 2009

Chama-se Saudade

Segundo de Novembro

É o dia seguinte,
aquele em que olhamos para nós
ainda doridos da batalha que viu cair a luz do mundo.
Neste descampando ainda se sente o fumo das muralhas queimadas de Nova Roma.
Ainda se fecha o túmulo do último filho de Rómulo.

Para onde vamos agora?
Os mortos estão enterrados
e a feridas da ausência e da perda ainda doêm,
mas a fome de vida impõem-se,
está na altura de olhar para a frente,
Os mortos já estão enterrados faltando cuidar dos vivos.

Na altura está de silenciar este fado,
impossível de esquecer,
E zarpar rumo a esse futuro desconhecido,
Essa terra onde consta que os sobreviventes florescem.
Como será esse novo país?
Distante no tempo e no espaço sabemos que sim
Mas terá as de colinas rodondas e pastos verdes tanto sonhados?
Assim o esperamos e assim o desejamos.

Caêm agora as primeiras chuvas de um inverno que sa adivinha frio,
Bem vindo seja porque é sabido que o gelo sara as feridas

e encerra no útero da Terra as sementes que pacientemente esperam a nova Primavera.
Esta já não irá tardar ...

Fénix

Renasce assim das cinzas este cantinho,
pequeno e esquecido,
sob o o céu desta Lisboa,
mulher ingrata que tanto aprendi a amar.

Sem ambições mais que não sejam gritar aos quatro (ou sete!) ventos,
que para sempre te amarei,
quem quer que tu sejas,
onde quer que te encontres,

Eu estou aqui e não mais desejo que amar-te
amar-te apenas.

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